Semana da Arte Moderna

(parte II)

 

 

A Semana da Arte Moderna aconteceu em ambiente de mudanças na política e na sociedade. As constantes crises da economia cafeeira, a principal da época, prejudicaram a notoriedade da aristocracia rural paulista passou dar espaço para a industrialização.

A burguesia dividida em uma minoria que participava da república (1889), demonstrava insatisfação, o restante desprezando a agricultura, investiu na indústria.

Nesta época de novas definições para a sociedade e economia, foi composto o grupo que deu início ao movimento modernista.

Entre diversos participantes, destacaram-se na literatura: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Agenor Barbosa, Plínio Salgado, Cândido Motta Filho e Sérgio Milliet. Nas artes plásticas foram: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro e John Graz e os escultores Victor Brecheret e W. Haeberg. Na arquitetura: Antonio Moya e George Przirembel. Do Rio de Janeiro foram adeptos ao movimento: Manuel Bandeira, Renato Almeida, Villa-Lobos, Ronald de Carvalho, Álvaro Moreyra e Sérgio Buarque de Hollanda.

As intenções do movimento eram entre outras, foram de rejeitar as concepções estéticas e práticas artísticas românicas, parnasianas e realistas, independência de idéias e recusa às tendências européias, ainda muito enraizadas nos meios cultos conservadores, criar novas formas de expressão, que pudessem apreender e representar os problemas contemporâneos.


O movimento revolucionário trouxe mudanças como uma nova visão da poesia, forma, imagens e da expressão artística, que nas palavras de Mário de Andrade conquistou "direito à pesquisa estética livre de cânones limitadores, a atualização da inteligência artística brasileira e a estabilização de uma consciência criadora nacional."

Em meados de 1930, o movimento já havia rompido as tradições conservadoras e acadêmicas, prometendo novos rumos para gerações seguintes, porém sofria criticas, como a de Franklin de Oliveira, para quem a Semana de Arte Moderna não passou de " uma revolução que não saiu dos salões". e que os principais adeptos ao movimento "não pegaram "a máscara do tempo, para esbofeteá-la, como ela merecia ".

Os próprios participantes já desacreditavam o movimento, como na definição de e Mário de Andrade fica explicito: "Eu creio que os modernistas da Semana de Arte Moderna não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição."

 

 

 

Sibele Ligório é contabilista, técnica em informática e acadêmica de Filosofia pela PUC - Campinas. É criadora do site Vida em Poesia.