Clarice Lispector

 

 

Clarice Lispector nasceu em 1920, em Tchelchenik, na Ucrânia. Chegou ao Brasil com sua família com dois meses de idade, inicialmente indo morar em Recife.

Sua infância foi cercada de dificuldades, uma delas foi a morte de sua mãe quando ela tinha apenas nove anos de idade. Então, com sua família agora residindo no Rio de Janeiro, Clarice trabalhaou como professora particular de português.

Seu primeiro romance "Perto do Coração Selvagem", deu-se de sua relação com os alunos. Também cursou Direito e trabalhou em diversos jornais.

No jornalismo teve contato com escritores e jornalistas como Antônio Callado, Hélio Pelegrino, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Alberto Dines e Rubem Braga.

Em 1943, casou-se com Maury Gurgel Valente, futuro diplomata. Do casamento que durou quinze anos, nasceram Pedro e Paulo. No ano seguinte, Clarice publica "Perto do Coração Selvagem", que recebeu o Prêmio Graça Aranha. Já no primeiro livro, é notado o estilo pessoal da escritora.

Durante a Segunda Guerra Mundial viajou com seu marido para Nápoles, Itália, trabalhando no hospital da Força Expedicionária Brasileira. Após a guerra, morou na Suíça e nos Estados Unidos.

Em Nápoles, no ano de 1944 concluiu seu livro "O Lustre", iniciado no Brasil e publicado em 1946. Virgínia, a personagem principal, tem a história narrada desde a infância e também aparece sob o signo do mal, tal como Joana, personagem do primeiro romance.

Em 1950, na Inglaterra, Clarice iniciou o rascunho do seu livro "A Maçã no Escuro", publicado em 1961. Em 1952 voltou ao Brasil para trabalhar novamente em jornais, assinando a coluna "Entre Mulheres", com o pseudônimo de Tereza Quadros, no jornal O Comício, do Rio de Janeiro.

Nos Estados Unidos, Clarice Lispector conhece Éricou e Mafalda Veríssimo, estabelecendo forte amizade.

No ano de 1959, separada do marido, Clarice voltou a morar no Rio de Janeiro, com os filhos, passando por dificuldades financeiras, retornou ao jornalismo, escrevendo contos para revista Senhor, como colunista do Correio da Manhã. No anos seguinte, assina a coluna "Só para Mulheres", como "ghost writer", no Diário da Noite. Exerce o jornalismo até 1975, escrevendo também para revistas.

Na década de 60, publicou o livro de contos "Laços de Família", seguiriam-se as publicações de "A Maçã no Escuro", em 1961, que recebeu o Prêmio Carmen Dolores Barbosa, "A Legião Estrangeira", em 1962, e "A Paixão Segundo G.H.", em 1964.

Entre anos de 1965 e 1967, Clarice dedicou-se à educação dos filhos e com a saúde de Pedro. Mesmo tendo diversas traduções de seus livros a situação econômica não melhorou. Em setembro de 1967, num incêndio em sua casa, em que ela tentou apagar com as mãos, ficou gravemente ferida.

Em 1969, publicou o romance "Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres". Em 1971, a coletânea de contos "Felicidade Clandestina".

Nos últimos anos de sua vida foi intensa sua produção literária: A Imitação da Rosa (contos) e Água Viva (ficção), em 1973; A Via Crucis do Corpo (contos) e Onde Estivestes de Noite, também contos, em 1974, Visão do Esplendor (crônicas), em 1975.

Em 1977, antecipou a publicação de um novo livro, um dos que destacaram seu talento, "A Hora da Estrela", adaptado para o cinema nos anos 80 por Suzana Amaral.

Clarice morreu, no Rio de Janeiro, no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes do seu 57° aniversário.

"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo."

 

 

 

Sibele Ligório é contabilista, técnica em informática e acadêmica de Filosofia pela PUC - Campinas. É criadora do site Vida em Poesia.